21/02/10

O que é a Energia Nuclear?

Imagine-se um íman. Um íman é constituído por dois pólos: um positivo (+) e um negativo (-).

Quando o pólo positivo de um íman se aproximam do pólo negativo de outro, estes tendem a exercer uma força de atracção que os acaba por juntar.

Quando um pólo positivo se aproxima de outro positivo ou quando um negativo se aproxima de outro negativo inverte-se a tendência: ambos exercem uma força de repulsão que os afasta.

Imagine-se agora um átomo de qualquer elemento químico: na periferia existem uma série de electrões com orbitas tridimensionais que circulam em redor do núcleo, que por sua vez é constituído por protões e neutrões muito próximos.

Os electrões, que se afastam devido às repulsões da sua carga eléctrica negativa, apenas se mantém unidos no átomo devido à força de atracção que os protões, de carga eléctrica positiva, os sujeitam. Estes conseguem escapar do átomo quando o mesmo é irradiado com energia que corresponda a um comprimento de onda suficientemente forte para vencer a força a que estão submetidos.

Devido às repulsões no núcleo, os protões necessitam de estar sujeitos a forças enormíssimas para que permaneçam juntos. Essa força é a Energia Nuclear propriamente dita, aquilo que torna possível a existência de um átomo. De outra forma, as partículas suas constituintes não davam origem à matéria como a conhecemos, dispersavam-se pelo universo numa sopa homogénea.

Quem primeiro se deu conta deste fenómeno foi Einstein, que relacionou toda a massa e energia do universo em três grandes letras que juntas, compõe uma simples fórmula: E = m c2.(E = energia, m = massa e c = a velocidade média da luz no vácuo).

A técnica utilizada para captar a energia de núcleos atómicos consiste no bombardeamento do mesmo com protões acelerados, que causam instabilidade no núcleo e obrigam o átomo a dividir-se em dois, libertando assim vários outros protões e grandes quantidades de energia.

De notar que o elemento químico resultante não permanece igual ao inicial: uma vez que o átomo se divide, o número de protões, neutrões e electrões em cada um dos átomos resultantes qualificam o novo elemento.

Em centrais termonucleares, a energia resultante da reacção é usada para aquecer água que ao evaporar faz girar turbinas para a produção de energia eléctrica.


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Raquel Barras

3 comentários:

  1. A energia nuclear parece, á primeira vista, a solução para todos os nossos problemas energéticos e consequentemente da poluição. Mas infelizmente, os problemas que nos coloca são maiores do que aqueles que soluciona. Enquanto não encontrarmos solução para os residuos e para a segurança(ou falta dela) das centrais nucleares, não podemos dizer que o nuclear é a resposta que procuramos.

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  2. A falta de conhecimento desta matéria aliada ao medo geral do desconhecido e ignorância de que a maioria da população sofre é que tem determinado uma posição contra a construção duma central nuclear em Portugal. A verdade é que a energia nuclear é, sim, a resposta para a maior parte dos nossos problemas quer a nível económico quer a nível ambiental, numa perpesctiva a longo prazo. Claro que é fundamental traçar, estabelecer e cumprir um plano de normas de segurança bastante rigoroso. Não podemos pôr esta alternativa de lado somente baseando-nos nos nossos medos. É possível, sem dúvida, possuirmos uma central nuclear plenamente funcional sem que ocorram quaisquer falhas. E seria um grande avanço no nosso pequeno país. Seríamos capazes de abastecer-nos com a nossa própria energia, aumentando a nossa indepedência relativamente a outros países. E levaria a uma redução do uso de combustíveis fósseis, pelo que seria bem mais favorável ao ambiente. E pode até nem ser a resposta a TODOS os nossos problemas, mas é, sem dúvida, a resposta a MUITOS problemas. E é como aquele ditado: "Mais vale um pássaro na mão que dois a voar". Tenho dito.

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